terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CONCEITOS: MASSA, MULTIDÃO, PÚBLICO, AUDIÊNCIA E COMUNIDADE


Nota: trecho da pesquisa orientada pelos prof. Paulo Pinheiro Junior e profa. Elizabeth Catunda, avaliado pelas profas. Talita Garcez e Juliana Formiga.

Introdução

Há diversos aspectos que podemos considerar ao estudar a sociedade. Cada um representa uma visão parcial da realidade, serve a objetivos diferentes. Vejamos alguns “filtros” importantes, que resultam em conceitos diversos[1]:


●Categoria: “Conjunto de pessoas que partilham de características comuns, mas que não interagem entre si” (Dias, 2001, p.164). Embora tenham existência real, sua formação surge de um processo mental (Lakatos e Marconi, 1999, p.107), normalmente em pesquisas demográficas. Fatores de categorização importantes: parentesco, faixa etária, sexo, religião, ocupação etc.;

●Estrato social: Diz respeito a oportunidades e recompensas[2], normalmente reconhecidas sob a forma de ganhos financeiros. Estão intimamente ligados às barreiras sociais, que impedem ou dificultam a mobilidade de um a outro estrato. A classe C é um exemplo de estrato social;

●Grupo social: Uma coletividade interativa, com normas, valores e objetivos comuns, de natureza contínua, com estrutura social mais ou menos consolidada, de identidade perceptível pelos de fora (Fichter,1973, p.140 apud Lakatos e Marconi,1999, p.119).

O que importa, aqui, não é agrupar características, mas considerar o comportamento coletivo. Este se refere a uma forma de agir e pensar com uma certa homogeneidade. Dias[3] declara que o comportamento coletivo é “imprevisível, eventual e irracional”. Em geral, ocorre em coletividades desorganizadas. Lakatos e Marconi[4] usam o termo agregados, “uma reunião de pessoas frouxamente aglomeradas, que,apesar da proximidade física, tem um mínimo de comunicação e de relações sociais”. As autoras destacam que o comportamento é coletivo, não social[5]. Esses, e outros conceitos foram aglutinados pela sociologia, mas, historicamente, são contribuições de diversas ciências – particularmente tendo a mídia[6] como fator central. Vamos então aos conceitos, organizados a partir de Dias (2001) e Lakatos & Marconi (1999).

1 Multidão
É um grupo espontâneo, temporário e desorganizado, formado por indivíduos que dividem um sentimento comum. Seus componentes estão próximos fisicamente, mas possuem fracos laços sociais. Sua interação ocorre, em geral, por comunicação não-verbal: gestos, expressões faciais. Lakatos e Marconi (1999, p.112) usam o conceito de “idéia fixa”: “sua atenção (da multidão) focaliza-se sobre uma única coisa”. A idéia fixa pode ser um terremoto ou um vendedor decorando uma vitrine. O aspecto emocional e a força do grupo implicam em uma condição de anonimato aceita ou tomada pelo indivíduo. Essas 3 forças – o anonimato, o poder do grupo, a idéia fixa - podem afrouxar as amarras morais, levando o indivíduo a fazer, na multidão, atos que não realizaria sozinho. Apesar do aspecto impulsivo e espontâneo, a multidão nem sempre é imediata. Podem haver motivos anteriores, frustrações individuais e sociais, que levam à formação da multidão. As formas básicas de multidão, a partir dos autores estudados:


●Multidão em Pânico: gerada por um “perigo comum”[7], que exalta a intensidade dos estímulos entre os indivíduos;

●Multidão Casual, que se reúne para observar um acidente, uma construção;

●Arruaça ou conflito, em manifestações de ruas, conflitos étnicos;

●Turba, multidão momentânea, como pessoas se aglomerando em torno de uma atriz famosa, ou para ver a prisão de um assassino. A Turba pode se transformar em tumulto. Este, no entanto, é hostil e tem motivações anteriores;

●Multidão expressiva (Orgia): Lakatos e Marconi[8] afirmam que sua função é aliviar a tensão, através de festas e rituais como o carnaval. Dias (2001, p.340) acrescenta que esse fenômeno envolve transgressão das normas, e afirma que sua “abordagem é carregada fortemente de uma premissa cultural”, daí o cuidado redobrado ao estudá-la.


2 Massa

Aqui abordaremos o conceito clássico de Massa. Atualmente, podemos dizer que há 2 pensamentos sobre a massa. O primeiro considera múltiplas coletividades em oposição a um aglomerado único, e a existência de pessoas e grupos que não reagem de forma homogênea aos estímulos da mídia, como veremos mais adiante no capítulo sobre audiência. O segundo pensamento moderno sobre a Massa considera essa como o ocaso da Sociedade, atualizando e ampliando as idéias de Frankfurt: “Não há sociedade, há o socius, não há futuro nem ação lógica e sim o buraco negro da massa indiferente” (Herculano, 1996, p.93-106).


O conceito de multidão é próprio da época da Revolução Francesa. As massas surgem no contexto da Revolução Industrial. A urbanização e o surgimento das metrópoles dão nova cara às multidões. Agora elas são permanentes e onipresentes, tornam-se Massa e, segundo Barbero (2001, p.59), “se confundem com um proletariado cuja presença obscena deslustra e entrava o mundo burguês”. Os indivíduos, nessa coletividade, estão isolados, mas não são considerados isoladamente. Barbero[9], parafraseando Gustave Lebon (1980, p.10), afirma que na massa os indivíduos “estão dotados de uma alma coletiva que lhes faz comportarem-se de maneira completamente distinta de como o faria cada indivíduo isoladamente” (grifo meu).A multidão também é propensa à barbárie, segundo Barbero[10].


Ortega y Gasset (2007,p.46) é o pensador que atribui às massas um nível cultural inferior. Ele considera que existem dotes especiais na aristocracia, como “certos prazeres artísticos e luxuosos,ou as funções governamentais e de caráter político relativas aos assuntos públicos”. A filósofa Hannah Arendt, no livro As Origens do Totalitarismo (apud Wagner, 2007, p.118), afirma que massas são pessoas que “não podem ser integradas em nenhuma organização fundada no interesse comum”. A massa, vista teoricamente, é um grupo de indivíduos anônimos, com comportamento homogêneo, de atitudes automatizadas. A coesão da massa é débil, e a interação, mínima.


O que nos interessa neste conceito é sua relação com a comunicação. Assim, para Lakatos e Marconi (1999, p.114-115), massa é “uma coleção abstrata de indivíduos”, “uma pluralidade indiferenciada de receptores” [11]. A massa sofre forte influência dos agentes institucionais[12]. A existência da massa implica em uma elite reduzida, pensante, ativa, governante. Ela é provocada, orientada, por esses formadores de opinião. Não há, ou é mínima, a circulação de informações, o que torna “reduzida a formação da opinião através da discussão” (Lakatos e Marconi, 1999, p.115).


3 Público

Segundo Dias (2001, p.337), “um público passa a existir quando há um assunto social relevante que canaliza a atenção”. Público é um conjunto de pessoas, em geral dispersas geograficamente, que tem um interesse em comum. O público nem sempre atua em conjunto, mas, individualmente, podem tomar decisões homogêneas. O fato de “criar”, “tomar”, “manter” decisões[13], mostra que há um nível de racionalidade no Público que inexiste em outras coletividades.


Embora o autor considere a audiência[14] um tipo de público, o foco geral do texto aponta para o conceito de espaço público, de ambiente político. Segundo Habermas (2003, p. 93), “a esfera pública com atuação política passa a ter o status normativo de um órgão de automediação da sociedade burguesa com um poder estatal que corresponda às suas necessidades”. Embora se refira à burguesia como fundadora e principal ocupante dessa esfera, Habermas considera, em trabalhos mais recentes, que há múltiplas esferas públicas. Mills (2000, p.303-304 apud Habermas, 2003, p.289), define alguns critérios para que haja esse tipo de coletividade:
  • “Virtualmente tantas pessoas expressam opiniões quanto [as] que recebem”;

  • "As comunicações são organizadas de tal modo que há uma chance imediata e efetiva de responder a qualquer opinião expressa em público”;

  • “Opiniões formadas através de tal discussão rapidamente encontram uma saída na ação efetiva, mesmo contra – quando necessário – o sistema dominante de autoridade”;

  • “Instituições autoritárias não penetram o público, que nisto é mais ou menos autônomo em sua operação”.

Dias afirma que “o público pode aceitar líderes [...] mas não lhes confere autoridade legítima para falar em seu nome” (Dias, 2001, p.337). O resultado das discussões e do pensamento do público se configura na opinião pública, que pode ser influenciada através da mídia.


4 Audiência

Audiência é um termo que se refere, genericamente, aos receptores da mensagem. Diz respeito a “leitores, expectadores e usuários” (Rodrigues, 2003, p.97). A audiência moderna, segundo Rodrigues[15], não possui noção de identidade ou regras. Sua composição (os indivíduos que a formam) está sempre se alterando. A interação entre dos membros da audiência entre si e com os emissores das mensagens é mínima.

O conceito de Audiência evoluiu com o tempo. A audiência como a conhecemos hoje surgiu no século XV, junto com a invenção da imprensa. “Um público leitor, esparso e recluso, mas tomado como um conjunto de indivíduos escolhendo um mesmo texto”[16]. A leitura privada é outro fenômeno que acompanha o desenvolvimento da indústria gráfica (Briggs e Burke, 2004, p. 72-74) - e que caracteriza a audiência. No século XIX, a proliferação de veículos impressos diferencia as audiências, segundo faixa etária, sexo, etc[17]. Em 1920, tem início a radiodifusão, que identifica a audiência com líderes políticos[18]. Na mesma época, surge o cinema, “primeira audiência genuína de ‘massas’”[19], e que identifica a audiência consigo mesma[20].

A atitude tem sido um fator essencial nos estudos de audiência e recepção. Nas décadas de 1940 e 1950, sob a égide da passividade dos indivíduos e da forte influência dos media emerge o conceito de audiência de massa. A chamada Escola dos Usos e Gratificações (Araújo, 2001, p.129) considera o que o receptor faz com a mídia, já que o significado da mensagem depende também do contexto em que se dá a recepção. Os Estudos Culturais consideram que as audiências resistem e subvertem as mensagens (Escoteguy, 2001, p.36-37). Atualmente, considera-se que há uma pluralidade de audiências, e que as novas ferramentas tecnológicas de comunicação estão alterando o comportamento dessas.


5 Comunidade

Dias (2001, p.148-149) apresenta uma “lista de características universais da sociedade”, elaborada por Ralph Linton (apud Dressler e Wyllis Jr. 1980). Consideramos que essas características também podem ser aplicadas também à comunidade:
  • A sociedade, em vez do indivíduo, é a unidade principal e que tem significado na luta da nossa espécie pela sobrevivência. Todos os seres humanos vivem como membros de grupos organizados e tem seus destinos indissoluvelmente ligados ao grupo ao qual pertencem. Eles não podem sobreviver aos riscos da infância nem satisfazer às necessidades de adulto sem a ajuda e a cooperação dos demais”;

  • “A sociedade habitualmente perdura muito além do tempo e vida de qualquer membro”;

  • “Embora composta de indivíduos, as sociedades funcionam como entidades próprias”;
A diferença fundamental entre Sociedade e Comunidade, no nosso entender, a partir de Dias (2001) e Lakatos e Marconi (1999), é que a Sociedade é uma “estrutura formada pelos grupos principais” (Fichter, 1973, p.166 apud Lakatos e Marconi,1999, p.358). A comunidade tem um alcance menor, sendo uma “localização geográfica particular”, “um tipo particular de relação social” (os oficiais da reserva), “um sistema social local” (um bairro de imigrantes)[21]. É Tönnies, no entanto, quem nos dá uma distinção mais clara.

Em 1887, Ferdinand Tönnies escreve uma análise sobre seu país, a Alemanha. Tratando de uma realidade local, Tönnies aponta para um horizonte mais amplo. O autor percebe duas formas de sociedade, a Gemeinschaft e a Gesellschaft. (Defleur e Ball-Rokeach , 1993, p.170-173). Na Gemeinschaft, que chamaremos de Comunidade, os vínculos se referem a tradição, parentesco, amizade etc., que geram um “sentimento recíproco” entre as pessoas. No caso da religião, pode não haver laços de sangue ou proximidade geográfica, mas há uma “gemeinschaft da mente”[22].

Na Gesellschaft, que chamaremos de Sociedade, a condição básica das relações sociais é o contrato. No lugar da tradição, dos laços de sangue ou da amizade, um acordo racional, “no qual as duas partes prometem cumprir obrigações específicas uma com a outra ou perder determinadas vantagens se o contrato for violado”[23]. “A falta de laços que verdadeiramente a unem será compensada pela competência e pelo controle”. (Barbero, 2001, p.63). Na Sociedade não há solidariedade. As pessoas agem somente “[...] em troca de uma dádiva ou trabalho equivalente”[24].

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Carlos Alberto. A pesquisa norte-americana. In: HOHLFELDT, Antônio (org. et alli) Teorias da Comunicação: conceitos, tendências, escolas. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 11-25.

DEFLEUR, Melvin L.; BALL-ROKEACH, Sandra. Teorias da comunicação de massa. 5ª ed., Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma História Social da Mídia: De Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

BURK-MOSS, Susan. Dream world and Catastrophy: The Passion of Mass Utopia in East and West. Cambridge: Mit Press, 2000.

DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. 2ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2001.

DRESSLER, Davi; WILLYS JR., William M. Sociologia: O Estudo da interação humana. Rio de Janeiro: Interciência, 1980.

ESCOSTEGUY, Ana Carolina D. Cartografias dos estudos culturais: Uma versão latino-americana. Coleção Estudos Culturais, n. 8. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

FONSECA E RODRIGUES, Rodrigo. O Lugar da Audiência nos Estudos da Comunicação. Mediação, Belo Horizonte, n. 3, junho de 2003. Acesso em 5.07.11.

FICHTER, Joseph H. Sociologia. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1973.

HABERMAS, Jurgen. Mudança estrutural da esfera pública: Investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa, 2ª edição. Biblioteca Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro, 2003.

HERCULANO, Selene. Crise Social, Crise Sociológica e a Indiferença das Massas.Cadernos do ICHF, n.2, novembro/96, pp. 93-106. UFF: Rio de Janeiro, 1996. Acesso em 12.9.11.

LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7. ed. rev. e amp. São Paulo: Atlas, 1999.

LEBON, Gustave. Psicologia das multidões. Coleção Pensadores. Porto: Roger Delreaux, 1980.

MARTIN-BARBERO, Jesus. Dos Meios As Mediações: Comunicação, Cultura E Hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.

MILLS, C.W. The Power Elite. Nova Iorque: Oxford University Press, 2000.

ORTEGA Y GASSET, Jose. A rebelião das massas. Coleção Tópicos. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

WAGNER, Eugênia Sales. Hannah Arendt: ética & política. Cotia: Ateliê Editorial, 2006.

WEBER, Max. Economia e Sociedade. Brasília: UNB, 2000.




NOTAS

[1] Não consideramos aqui o aspecto “instituição”, por este implicar mais em um sistema de regras do que propriamente ao grupo. Normalmente está ligada a um grupo (p.ex., a família), e possui símbolos que a identificam (a bandeira simboliza a instituição nação) (Dias, 2001, p. 239-242).
[2] Dias, 2001, p. 189.
[3] Ibid., p. 336.
[4] Lakatos e Marconi, 1999, p. 110.
[5] Lakatos e Marconi, 1999, p. 111.
[6] Em outros tempos, o termo mídia se referia apenas aos veículos de comunicação. Hoje, ela engloba assessorias de imprensa, ong’s, associações civis etc. , manifestações, produtos.
[7] Lakatos e Marconi, 1999, p. 113.
[8] Ibid., loc. Cit.
[9] Barbero, 2001, p. 59.
[10] Ibid., loc. cit.
[11] Lakatos e Marconi, 1999, p. 117.
[12] Ibid., p. 115.
[13] Dias, 2001, p. 337.
[14] “... o público de um determinado programa de televisão”. Ibid., loc. cit.
[15] Rodrigues, 2003, p. 101.
[16] Ibid., p. 98.
[17] Essa divisão caracterizará, no futuro, a tipologia econômica da audiência, usada em estudos de Marketing e Propaganda.
[18] Buck-Moss, 2000, p.140.
[19] Rodrigues, op. cit., p. 99.
[20] Buck-Moss, op. cit., loc. cit.
[21] Dias, 2001, p. 170.
[22] Defleur e Ball-Rokeach , 1993, p.171.
[23] Defleur e Ball-Rokeach , 1993, p.172.
[24] Ibid., p. 172.

* imagem:BLVDone/Stock.Adobe.com

sábado, 26 de novembro de 2011

VOCÊ SABE QUE É UM ESTUDANTE DE JORNALISMO QUANDO...




*
1. Enquanto seus amigos estão na balada, você acompanha as enchentes de Nova Friburgo pela televisão;
2. Você passa a ver com "interesse social" aquelas estórias que sua bisavó conta sobre a juventude dela em Fulgêncio Ronca, cidade acreana (?) que deve ter inspirado Murilo Rubião a escrever seus contos;
3. Malcom XAntônio Conselheiro e a Rosa Branca se tornam temas mais divertidos do que a Amy Winehouse caída por aí;
4. Você não sabe onde estão suas meias sujas, mas conhece detalhes sobre o cotidiano das nações mais remotas, como a Abhkázia e Tamil Nadu;
5. Na sala de aula há pelo menos 15peraêquiagorasoueucatzopessoas falando ao mesmo tempo;
6. Você insiste em fazer manifestações por causas quase impossíveis, como a democracia e o jornal-laborarório universitário, deixando o financeiro em segundo plano e os finais de semana de lado;
7. Encara heroicamente estágios nos horários e eventos mais estapafúrdios, como fazer clipping de 4 às 8 da manhã ou acompanhar o lançamento do primeiro cd de funk da sobrinha do prefeito no Siará Hall;
8. Os colegas de classe não parecem clones como nos cursos de...bem, deixa prá lá: um lê Machado de Assis, outro curte Moebius, e outro devora Maquiavel;
9. Você começa a duvidar da morte do Elvis, do suicídio de Vargas, do acidente de carro de Juscelino;
10. Ter trabalhado em Beirute nos anos 70 seria o auge da sua carreira!
*  Imagem:Mihajlo Maricic/EyeEm/GertyImages

quinta-feira, 14 de abril de 2011

ELIOMAR DE LIMA, JORNALISTA

Pra você fazer jornalismo você tem que ter, procurar ter um estilo, ... A sua marca, o produto, ter um padrão, o marketing dele (do jornalista), pra que ele nunca fique naquela de ‘ah, fulano do jornal O Povo, ah, é o fulano do Diario do Nordeste, da Rede Globo’. ‘Ah, esse é o Eliomar. Ah, é o doido’, entendeste?



Eliomar de Lima, jornalista, começou sua carreira há 27anos, em 1983, na Rádio Uirapuru. Em 1985, começou a escrever para o Jornal O Povo, onde mantém até hoje a coluna Vertical. Há 4 anos criou o Blog do Eliomar, onde acumula, com muito prazer, as funções de repórter, editor e fotógrafo. O jornal O Povo incorporou o blog em seu site. Medo da concorrência ?


Sobre Eliomar e o Jornalismo: Eliomar de Lima enfatiza, em palavras e gestos e expressões, a sua paixão pela profissão escolhida. ”Eu, quando decidi ser jornalista, eu decidi porque eu amo jornalismo”, afirma Eliomar. O gosto pelo trabalho é reiterado quando o jornalista combina Pragmática com Criatividade: ”Jornalismo tem que ter disciplina e tem que sonhar”. O espírito da Velha Guarda do Jornalismo está presente quando notamos Eliomar afirmar, de diversas formas, que lugar de repórter é na rua, e não na mesa da redação.

Sobre o Fazer Jornalismo: A prática de Eliomar é baseada em duas palavras, repetidas ao longo da palestra: Disciplina e Responsabilidade. ” Você nunca sabe quando a notícia vai aparecer, jornalista é igual parteira”, declara Eliomar. Novamente, a questão da prática combinada com o sonhar aparece na afirmação sobre os objetivos que Eliomar busca - ” melhorar um pouco a criticidade e a criatividade também, buscando sempre a cidadania”.

Sobre o Ser Jornalista: Eliomar de Lima destaca, em primeiro lugar, a questão da humildade: ” Nós (jornalistas) achamos que estamos sempre certos. Em 4 anos de blog, eu considero fundamental o aprendizado da humildade”. Não menos importante é a disciplina, a busca contínua da informação, sem esquecer um ponto fundamental: para Eliomar de Lima, jornalista existe para dar Repercussão à notícia. ” Jornalista que escreve e não aparece, pra mim não é jornalista ... a gente que é jornalista, a gente tem que aparecer com a informação, não é aparecer mais que a informação, mas aparecer com a informação. Quando alguém elogia, ou critica isso é importante pra gente pro nosso ego, nossa vaidade ”. Como repórter veterano, ele enfatiza que a identidade própria é que vai revelar os bons jornalistas: ”Pra você fazer jornalismo você tem que ter um estilo, ... a sua marca, pra que ele (o jornalista) nunca fique naquela de ‘ah, fulano do jornal O Povo, ah, é o fulano do Diario do Nordeste, da Rede Globo’. ‘Ah, esse é o Eliomar. Ah, é o doido’, entendeste?”. (Pra não deixar dúvida quanto a isso, ele improvisa um jingle para divulgar seu número de telefone...).

Sobre Eliomar e o Público: Eliomar revela-se entusiasmado com sua nova audiência:”Em 4 anos (de blog) eu consegui um publico que eu não tinha, um publico jovem,da internet, antenado, entendeste?”. Eliomar está entusiasmado com os pedidos de escolas, para palestras e eventos. A interação proporcionada pela internet, que Eliomar compara ao rádio, segundo ele traz mais responsabilidades, e ao mesmo tempo uma maior identificação do público com o jornalista: ” Se eu passo muito tempo sem postar, ‘que é que há com voce, ta doente?’ Não, rapaz, tô na praia,com a minha família, e tal”.

Sobre Eliomar e as Broncas: Alguns causos do Eliomar são incontáveis, por isso, e pra terminar, registramos aqui apenas o final de um deles: ”... Aí a assessoria dela me mandou a foto e - menino! , depois de muita coisa, todo mundo comentando, a assessoria ficou com raiva de mim ... Eu que tenho culpa?? Vocês que mandaram a foto !!!

* Coletiva em sala de aula idealizada pelo professor Magela.

terça-feira, 12 de abril de 2011

COMUNICAÇÃO:ORIGEM DE ALGUNS TERMOS TÉCNICOS




Segundo o texto “De qual Comunicação estamos falando”, de Luiz Martino, o termo comunicação teria surgido na Idade Média, com os monges denominados cenobitas. Nestes mosteiros, havia uma prática denominada comunicattio, que era o ato de tomar as refeições em comunidade. No mundo grego, da oralidade, a comunicação era estudada como sendo a retórica. Em cibernética, comunicação é “a troca de informação entre sistemas dinâmicos capazes de receber, estocar ou transformar informação”. Etimologicamente, a formação do termo é a seguinte: Ko-,”juntos”, + Mei, “trocar”+Tio,”atividade”. Communicatio também significa “ação de repartir, de dividir, de comunicar, de conversar, conversação”. É registrada em português pela primeira vez no séc. XV.

O termo informação, segundo Martino, se refere à “parte propriamente material, ou melhor, se refere à organização dos traços materiais por uma consciência”. Vem do latim informationem, “conceito”, “idéia”. O uso da palavra significando “conhecimento comunicado” data de 1450. A ligação da informação com a comunicação, segundo Martino, é estreita, e depende essencialmente do código. Esse é a formatação, ou organização da informação. Citando outros autores, afirma que informação é conteúdo, e comunicação, relação entre as pessoas.

Já a palavra dados é registrada desde 1646. Sua origem é o latim datum, que significa “dado”,”doado”, do verbo dar. Significando informação armazenada em computador, desde 1946. Mensagem vem do latim mittere, “enviar”, seu primeiro registro é no francês em 1297. Outro termo importante é diálogo, de Dia-, “através” e Leggein-, “fala”. Há uma confusão técnica em achar que a palavra significa conversação entre duas pessoas, confusão devido à semelhança dos termos gregos Dia- e Di-.

Luiz Martino também reforça a idéia de influência como pilar da comunicação. Tendo esta nascido com o comércio, seria preciso “abordar”, “persuadir”. Diversos autores, como Santaella e Dimbleby & Burton consideram a auto-comunicação, o relacionar-se consigo mesmo, como uma área de estudo à parte. Também fala de cultura como resultado da comunicação, sendo esta, na sociedade, uma “prática imediata”, que está se transformando, atualmente, em “estratégia coletiva de poder”. Etimologicamente, cultura é uma palavra ligada à vida rural, significando cultivo de plantações. Essas definições alargam os campos de estudo da comunicação, integrados pela sociologia, psicologia, semiologia, informática etc.

Fontes:
MARTINO, Luiz C. De qual comunicação estamos falando? In: Teorias da Comunicação: Conceitos, Escolas e Tendências. Rio de Janeiro: Vozes, 2001
ARAUJO, C. A. A. . Análise da pesquisa em comunicação segundo o critério do âmbito relacional. Communicare (São Paulo), v. 7,n.1, p. 31-44, 2007.
Publicidade20071
Etymonline

imagem:Klemmer & Associates (BKlemmer.com)

sábado, 2 de abril de 2011

MÚSICA: SPACE WESTERN



Canção criada por colagem de amostras de som. A composição possui 14 sons Midi distribuídos em 4 canais. Inspirada no filme “Onde Os Fracos Não Tem Vez”(No Country For Old Men - EUA, 2007), e no tema “Do Not Forsake Me, My Darling”, de Dimitri Tiomkim, do filme Matar ou Morrer (High Noon, EUA, 1952). Há um problema de equalização entre os canais ocorrido, talvez, na conversão Midi-Mp3. Software: MusicDJ, da Sony-Ericsson. Conversão:Hamienet.com

quarta-feira, 2 de março de 2011

CONSUMO DE MARCAS: NOVOS RUMOS - O FANDOM

Seleção de notícias (trechos) que indicam os novos rumos das relações entre Marca e Consumidor


UMA AMOSTRA DO FUTURO DAS MARCAS
“A convergência das redes sociais e as redes digitais (no computador, nos telefones e em breve nas televisões) já alterou profundamente a maneira como os consumidores se relacionam com as marcas. Pesquisa recente do Centro de Altos Estudos em Publicidade da ESPM e o IBOPE Inteligência mostrou que 46% dos internautas brasileiros consideram a web como sua principal fonte de influência na aquisição de um produto, superando todos os outros meios, inclusive a televisão”.

NOVA PUBLICIDADE DEVE TRANSFORMAR CONSUMIDOR FINAL EM FÃ
“...A democracia veio na palestra em forma da campanha de Barack Obama, capaz de interagir com cidadãos norte-americanos a fim de engajar a sociedade usando o individuo como mídia e a ludarquia como o terceiro e não menos importante fator. "Essa é a oportunidade para a nova publicidade transformar o consumidor final em fã", disse. Exemplo disso é o fato de a banda Black Eyed Peas ter composto uma música integrando as falas de Obama, o popular "Yes we Can" , acessada por milhares de pessoas via Itunes, da Apple e MTV , além de sites de música em geral”.

MAIOR DORITOS DO MUNDO
“A Elma Chips deu início a duas ações inspiradas em reações espontâneas das pessoas em mídias sociais, blogs e comunidades no Orkut, como a “Eu amo Doritos” (quase 60 mil membros), “Amantes de Doritos” (quase 70 mil membros), “Queremos Doritos 5kg”, entre outras”.

TENHO QUE TER!
“Segundo o terapeuta Moisés Groisman, como os estímulos para o consumo do jovem da classe C são basicamente os mesmos para o jovem de classe A, os gostos são muito semelhantes. "As marcas dão respostas às aspirações desses meninos e meninas", reforça Calliare. "Muitas vezes, elas garantem a aceitação social dentro do grupo ao qual eles desejam pertencer”.

FIAT DIVULGA NOVO UNO COM TINTAS SPRAY E 3D
“...Para o público jovem, os kits vêm com um spray de tinta e três máscaras de stencils, cada uma representando um tipo de personalidade ou momento de vida. A proposta traz o conceito de customização que o carro propõe. A ideia é que cada pessoa customize uma camiseta ou outra peça de roupa”.

PORSCHE CONQUISTA UM MILHÃO DE FÃS NO FACEBOOK
“...Mais de um milhão de pessoas do mundo todo mostraram seu amor e apoio à Porsche num dos sites de rede social mais populares do mundo. A página oficial de fãs do Porsche no Facebook conquistou um marco da mídia social na semana passada, quando acolheu o milionésimo fã na segunda-feira, 15 de novembro”.

CRÍTICAS NO ORKUT MUDAM PLANOS PARA NESCAU
“Milhares de consumidores do produto, no entanto, se organizaram em comunidades do orkut como “Queremos o Nescau tradicional” e “Volta, Nescau Tradicional” reclamando da ausência do produto ’tradicional’”.


INOVAÇÕES PARTEM CADA VEZ MAIS DOS CONSUMIDORES
“A Electronic Arts, um estúdio de criação de jogos eletrônicos dos Estados Unidos, descobriu as vantagens de deixar os usuários melhorarem seus produtos. Em 1996, a empresa decidiu oferecer, em seu site, ferramentas básicas para que os usuários pudessem aprimorar o visual dos jogos da EA. Em 1999, animada com o resultado, criou um departamento de engenharia apenas para desenvolver novas soluções a partir das sugestões dos jogadores. "Os fãs têm uma tremenda influência sobre o design dos jogos, o que os torna cada vez melhores", afirmou Mike Verdu, diretor da EA “.

COCA-COLA OPEN HAPPINESS
“Para dar uma continuidade a esse momento, foi criado um game interativo, hospedado no site global da Coca-Cola. Os usuários precisam escolher o papel de um dos trabalhadores da ‘Fábrica da Felicidade’”...

BMW CRIA CLUBE PARA FÃS DO MINI NO BRASIL
“Em meados de abril, quando comemora o primeiro ano de atividades no País, a empresa vai promover encontros apenas para os proprietários do Mini Cooper dentro do conceito dos clubes exclusivos. Há programação de corridas de kart, viagens ao interior e eventos a céu aberto com estreia de filmes”.

HAVAIANAS: COM O MUNDO AOS SEUS PÉS

Reportagem HSM Management , número 48 - Janeiro/Fevereiro de 2005
“O que era uma commodity utilizada pelos mais pobres se tornou objeto do desejo de todas as classes sociais no mundo inteiro, graças a um exemplar programa de gerenciamento de marca... ninguém diria que as mulheres combinariam a cor das unhas com as Havaianas que estivessem calçando no dia. Tampouco sonharia que todas as modelos de um desfile do estilista Jean-Paul Gaultier em Paris teriam Havaianas nos pés. Em apenas dez anos, essas sandálias de dedo viraram um ícone cult da cultura pop mundial”...

THE BIG MONEY FACEBOOK 50
“O Big Money Facebook 50 é um ranking divulgada pela Big Money que divulga as 50 marcas que fazem melhor uso do Facebook, segundo a revista The Big Money. Leva em Consideração quantidade de fãs, frequência de atualizações, criatividade e engajamento

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

FRENZY: PROPOSTA SPOT RÁDIO



FRENZY - BEBIDA ENERGÉTICA*
ESBOÇO SCRIPT PARA SPOT DE RÁDIO
tempo: 30 segundos

MÚSICA 1*

PERSONAGEM1- ALIENÍGENA: LEVE-ME AO SEU LÍDER.
PERSONAGEM2- RAPAZ: AH, E.T., SAI PRÁ LÁ!
LOCUTOR: SE VOCÊ ANDA TÃO DESANIMADO QUE NEM UM EXTRATERRESTRE CONSEGUE LHE SURPREENDER...

MÚSICA 2**

LOCUTOR: EXPERIMENTE O NOVO REFRIGERANTE ENERGÉTICO FRENZY!
PERSONAGEM2-RAPAZ: FRENZY! ENERGIA QUE REFRESCA!
PERSONAGEM1-ALIENÍGENA: HMMMMM...

*Concerto para Violino e Orquestra em Mi Menor, op. 64 - Allegro Molto Apassionato, de Felix Mendelssohn, por The Royal Philarmonic Orchestra, in: ???.
**Crushing Day, de Joe Satriani, in: Surfing with the Alien, faixa 3, Epic Music, 1999.

* PRODUTO FICTÍCIO